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(In) Feliz Dias das Mães!

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Outro dia vi no Facebook alguém que escreveu o significado dos dias das mães. Não me lembro em detalhes, mas tinha um fundilho católico. Bem, o capitalismo tem o mérito de transformar tudo em mercadoria, e os dias mães, a segunda maior data do varejo brasileiro, não é diferente. Além de mercantilizar com o lance dos presentes, ainda coisifica a maternidade a tornando algo inatingível. Bom, vamos começar pela lei, adoro a lei e sua capacidade de normatizar tudo. Pela lei, só somos mães até o cabra ou a cabra atingirem a maioridade aos 18 anos, e acho isso perfeito, porque aos 18 o sujeito ou a sujeita deve ter condições de se virar no mundão. Mas a sociedade, ao sacralizar a maternidade, nos empurra para um mal estar sem fim, e nos obriga a criarmos com  a mesma devoção devida a um bebê cada marmanjo barbado, e os marmanjos barbados que casaram com nossas filhas. Sinceramente, eu não vejo grande vantagens em ser mãe: trabalho sem férias, descanso, prestigio, retorno, sa

Quando o corpo não é meu...

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Uma das características dos crimes de guerra é a aniquilação da identidade do povo vencido. Uma das formas de fazer isso é matar todos os homens, todas as crianças, estuprar as mulheres e garantir o fim da etnia ou povo vencido. Foi assim na ex-Iugoslávia, é assim em todos os lugares em guerra. Talvez, haja uma pequena diferença entre uma guerra e outra, mas o pano de fundo é o mesmo. Pra se ter uma idéia, na ex- Iugoslávia, haviam campos de estupros coletivos,onde as mulheres eram presas e estupradas dias e dias por vários soldados. Tenho impressão, que a prostituição das belas croatas tenha a ver com isso. Em casos de guerra, é nítido o poder do estupro. Mas em sociedades como o Brasil, Índia, Estados Unidos, o que está por trás do estupro? Os números das mortes em nosso país, são de uma guerra, isso é fato, mas podemos afirmar que aqui no Brasil o estupro é usado como crime de guerra? Quando aconteceu o primeiro estupro da história da humanidade? Será que os

Funk Sim!

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Primeiro de Abril! Em meio o caos que é minha vida, em meio as angustias da pós, finalmente consegui terminar esse texto. Ele surgiu, como reflexo de um artigo que enviei pra um encontro de estudos feministas, marxismo e educação, uma pequena discussão que eu propus sobre o caráter afirmativo da cultura no funk. De lá pra cá, já pensei muita coisa sobre isso. Mas ontem, aconteceu uma coisa que me inquietou ainda mais. Estava aqui na sala de casa assistindo ao Lolla Palloza, que passou na tv a cabo: é um festival de música supostamente alternativa para um público esmagadoramente jovem e branco, os tais hippisters (acho que é assim que escreve). No mesmo minuto, que o Criolo cantava no palco, aqui na rua de casa rolava o famoso pancadão do funk, e enquanto a juventude branca e burguesa de SP curtia seu som, seu lazer, a molequecada preta e pobre daqui da vila levava esculacho da policia. As duas cenas: a da tv e da rua daqui da vila expressam exatamente o sentido e o si

Vamos todos para Palmares!

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Esses dias eu estava pensando, onde seria a nossa Palmares? Na música, o poeta fala do processo da fuga dos escravos para palmares: do caminhos, dos percalços, dos inimigos e da glória de finalmente chegar a Palmares. Eu penso, que ir pra Palmares,é se libertar, é encontrar o lugar onde sejamos nós, com a nossa origem, com a nossa raiz. De maneira geral, se a gente for pensar que os processos de cada um tem muitos pontos em comum com o coletivo, vamos perceber que muito de nós está nesse caminho de libertação. Mas, para ser livre é preciso primeiro se perceber preso. Para ser livre é preciso saber o que é liberdade. A maioria dos pretos e pretas que eu conheço não se acha preso, e também pensam que liberdade é poder de consumo. Mas, para mim, ser livre é poder andar na rua e as pessoas não me olharem de um jeito estranho por causa da cor da minha pele. Para mim ser livre, é passar no hospital, e o médico me designar a mesma atenção que ele designa para a mulher bran

Mesmo que seja eu...

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A vida podia ser como música. Nas letras de música até a decepção amorosa é leve. Tenho demorado mais para escrever no blog, por que me irrita esse gente chata que fica me corrigindo e dizendo o que devo escrever e como devo escrever. O blog é um espaço pessoal, quem quiser ler que leia, fico feliz quando as pessoas curtem e se identificam com as minhas brisas,mas não estou escrevendo aqui uma tese de doutorado e nem um artigo. São só reflexões de uma cabeça pensante. Foi por isso que fiz o blog, e pretendo doravante voltar a esse objetivo. Por esses dias estive pensando, como não passamos de sombras. Somos uma mancha, um borrão,do que poderíamos ser como seres humanos, como civilização. De todos os compositores da MPB eu acho o Cazuza o mais inteligente. Não que ele tenha feito músicas como o Chico Buarque, mas pela sagacidade e sinceridade doida de suas letras. É como se os olhos do Cazuza vissem o mundo como ele é,  e suas mãos o descrevesse com a mesma sincer

De braços sempre abertos....

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Não sou católica,mas a gente sabe da influência que o cristianismo tem na nossa sociedade. Principalmente na construção de conceitos como casamento, amor, fidelidade,homem, mulher,maternidade,paternidade e por ai vai. A imagem da virgem Maria, sempre placida e de braços abertos, pronta para receber qualquer um de qualquer maneira e inundar nos de amor e compreensão  guarda em si a mais clara definição do papel da mulher em nossa sociedade. Nós mulheres temos que ser assim, sejamos católicas, candomblecistas  feministas, revolucionárias, budistas, ateias, rica, pobre, negra, branca, latina, norte americana, africana  asiática  Não importa, sempre nos cobram que estejamos com os braços abertos. Sempre temos que ceder primeiro, sempre temos que entender mais, sempre temos que nos dedicar mais; para que os homens possam fazer o que deles é esperado: conquistar e destruir. Mesmo que sejamos nós, as que conquistam e destrõe (a poderosa da Alemanha Angela Merkel e a Hilary Clin

Por que a gente é assim?

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Odeio festinha de criança. Só não odeio mais do que reunião de pais. Penso, que o que essas duas coisas tem em comum é o quão patético são essas atividades. Na reunião de pais, o que me irrita profundamente é o tom maternal  - psicótico das professoras para conosco, as imbecis mães. Odeio quando se dirigem a mim e me chamam de "mãe"  e dizem: Olha mãe, presta bastante atenção, por que eu vou explicar. É como se elas não soubessem conversar conosco, pessoas adultas, como se fala com adultos.  No caso das festinhas das crianças, é um ritual tão sem sentido e bobo, que faz com que sejamos forçados a sorrir e acenar o tempo todo. Sempre há um clima tenso do tipo: olha como sou chique, olha a festa que fiz pro meu filho. E sempre rola um racha entre as famílias da mãe e do pai. E, isso não é coisa de pobre não. Desde a época que eu trabalhava com buffet, já era assim. Alias, quanto mais grana, mais competitivo e mais patético. Gosto de reunião de pessoas queridas, que