Postagens

As crianças mentem... mas e os adultos?

Imagem
Hoje, vendo meus filhos brincarem com as crianças da casa ao lado, ouvi o João mentindo. Sinceramente não tive nenhuma vontade em corrigi-lo. As crianças mentem. Mentem por vários motivos. No caso do João, acho que foi para não fazer feio para o amigo. O fazer feio, a gente pode entender pela reprodução do valor social de não se passar por menos: menos rico, menos informado, com menos brinquedo, enfim... Mas o que me deixou pensativa (a ponto de voltar a escrever no blog), é o por quê os adultos mentem? Tenho uma amiga, linda e querida, que eu amo, mas que vivo acusando de ser infantil (como se ser criança fosse algo condenável), ela me faz pensar muito, sobre a valoração que damos as crianças, e fico pensando até que ponto, os tais defeitos infantis dela, não são só hábitos dos adultos que as crianças incorporam em seu modo de ser e estar no mundo. E sendo assim, não é ela que é infantil, mas sim o mundo adulto que é perverso demais, e a culpabiliza pelo fato dela seguir

Isso também é Brasil...

Vitória, Espirito Santo, Brasil. Mas podia ser Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Maceió, Porto Alegre, Rio Branco, Cuiabá. São jovens, na sua maioria pretos, mas todos pobres, e já dizia Caetano: pobre são como coisas. O vídeo acima foram extraído do excelente post "Shopping Vitória: corpos negros no lugar errado", do blog Negro Belchior ( clique aqui ). Já faz um tempo, que não escrevo no blog (a patrulha do cuidado negra, com o que você escreve, não pense muito, isso faz mal) me estressa demais, e também com as tarefas do mestrado e da vida, fui deixando na reserva a escrita por aqui. Mas dessa vez, foi diferente. ver os videos e os últimos acontecimentos (como o caso dos meninos negros no Ceara que são barrados de andar no shopping por estarem de bermuda e chinelo), e, a eminência dos dados da minha pesquisa, me senti compelida a escrevinhar alguns pesamentos. A Cidade de SP tem aproximadamente 2 milhões de jovens de 15 a 24 anos, desse total 35% vive em

Que falta a experiências nos faz...

Imagem
Recentemente, terminei de ler um livro chamado Três Ensaios Sobre Juventude e Violência. No livro, a autora analisa três filmes: Aos Treze, Laranja Mecânica e Cama de Gato, a autora analisa as experiências juvenis da sociedade moderna, a luz das contribuições de Walter Benjamin. Walter Benjamim, é um dos autores da primeira Escola de Frankfurt, e dentre tantas questões, em seus escritos, analisa a questão da experiência. No livro, a autora, discursa que vivemos numa sociedade vazias de experiências, e que esse vazio é marcado pelas dificuldades dos adultos em adultecerem, e cumprirem seu papel de ajudar o jovem realizar a travessia entre a infância e a adultice. Nosso papel enquanto adultos, segundo a autora, seria o de contribuir com experiências significativas para que os jovens, pudessem amadurecer, romper com o passado e continuar a história da civilização. O fato, é que a sociedade moderna, esta vazia de possibilidades de experiências que possam ser vivências format

Vamos falar de nós, meu bem!

Imagem
A algum tempo, venho estudando a opressão da mulher,a partir do viés da Teoria Critica da Sociedade. Para quem não conhece, a Teoria Critica da Sociedade não é uma linha ligada aos neo- marxistas, nem ao pós modernismo. Os frankfurtianos se dedicaram a estudar o individuo moderno, e para isso utilizam toda a escola filosofica alemã, com enfase me Marx e os escritos freudianos, pelo fato de Freud ser um dos pensadores que melhor traduziu o individuo moderno.  Nessa relação dialética e histórica, tenho conseguido pensar algumas outras nuances da opressão da mulher.  Penso, que a grande contribuição que a Teoria Critica possa trazer, seja o fato de pensar os processos de constituição do conceito de mulher. Na modernidade, o conceito de mulher emerge com a ideia da mulher para a vida social produtiva, tanto crianças quanto mulheres,eram sujeitos sociais que surgiram com a industrialização, e do ponto de vista conceitual, a definição utilizada foi a relação de diferenciação desse

Não passarão...

No final da semana passada, saiu o  Mapa da Violência de 2013, com dados que não são tão novos assim: o índice de mortalidade entre jovens continua muito alto, 33%. O número proporcional de jovens negros mortos, ainda continua alto,  8 jovens mortos a cada 100 jovens negros brasileiros, contra 1 jovem branco morto para cada 100 jovens brancos. Hoje de manhã, estava assistindo ao Bom Dia Brasil, um jornal da Rede Globo, que passa na Globo News, e por causa do Papa Chico e da Jornada Mundial da Juventude, a Miriam Leitão, que é comentarista, só que de economia e política, fez uma participação sobre o problema da juventude brasileira. Muito corretamente,ela falou sobre o índice de desemprego juvenil , que chega a 33, 4% entre jovens de 15 a 29 anos,retomou os dados do Mapa da Juventude,apontou a violência em que os jovens estão inseridos, e pasmem, falou até dos jovens do sexo feminino, que representam 39% dos jovens que estão fora da escola e portanto fora do mercado de traba

Boca suja!

Imagem
Estava conversando com o Marcos, uma conversa trivial. Perguntei pra ele, qual o palavrão mais feio que ele costuma falar, quando ele tá bem bravo. (Mas,antes de você continuar lendo, já aviso que este texto contém palavrões, dos mais variados. Aviso dado, continuemos!!!) O meu é buceta, o dele é puta que pariu. De repente me dei conta, que mais do quer ter conotação sexual, a maioria dos palavrões são machistas e homofóbicos. No caso dele, nada é pior de sua mãe ser uma puta, isso pros meninos é a morte, talvez pior do que ser mandado ir tomar no cú. Para nós mulheres, o que pode ser mais feio do que a buceta? E, assim, jogamos toda nossa aversão sexual e sexualizada na linguagem. Me lembrei do prazer infantil dos meus filhos, em dizerem palavrões, caralho e eita porra é o preferido pela molecada. Não sei se isso tem haver com a descoberta da sexualidade infantil ali, tão ingenua e saudável, ou se tem haver com a vontade de ser adulto, afinal, palavrão é coisa d

Quem tem medo do lobo mau????

Imagem
Meu blog anda abandonado,isso é verdade. Mas andava meio preocupada e sem vontade de criar. Mas,ontem,estava lendo um texto do Freud sobre o Mal estar da Civilização,e várias coisas me ocorreram. Bom,hoje vendo o FB,me dei conta de como as pessoas são felizes. As vezes acho que preciso tomar a dose diária de felicidade do restante da população. Pra Freud, a felicidade é algo inatingível, e que o amor, bem,o amor é um capítulo a parte. Fiquei pensando nos lobos maus que existem por ai. Alguns tem medo da velhice, outros das doenças, outros da criminalidade, outros do casamento, outros da paixão, mas ninguém tem medo de ser feliz. Ao mesmo tempo, que me pergunto,quem é que pode ser feliz nesse mundo? Passei os últimos 5 anos, tentando me localizar numa determinada lógica, que me partes passou a ser a minha lógica, em partes contém elementos que me contradizem. Mas,como diriam Caeteano: esse papo já tá qualquer coisa, e eu eu já tô pra lá de Marracchi...  Este post