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Deixe - me ir, estou por ai a procurar....

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Eu podia começar esse post chorando mil fitas, mil trutras e mil tretas... Mais eu sou uma mulher feita no orixá, filha de Xangô com Oxum, não choro, eu luto. Luto por mim e por todo mundo, luto pela beleza e pelo amor. Eu luto. Se canso? Sim, quase sempre. Canso quando me traem, por que sou fiel a minhas ideias, crenças e sentimentos. Não faço nada que não seja visceral, genuíno e único pra mim. Especial de verdade. Já sofri muito, já fui traída, esquecida, negada, passada para traz. Mais hoje, não me levo mais por isso. Na minha cabeça têm um rei e uma rainha. O rei mais forte e mais belo dos Yorubas, a rainha mais doce, feiticeira e bela dentre todas. Não há nada que Xangô queira que ele não consiga ter; não há nada que Oxum queira, que ela não vai conseguir ter. Sou feita pedra. Sou pedra. Sou guerreira, não se espante. Faço meu caminho e sigo por ai a procurar aquilo que conforta meus olhos e meus corpo, por que meu coração é quente e repleto de amor e vital

Ela uni todas as coisas...

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Eu comecei esse blog, em 2013, para poder escrever sobre as minhas angústias.  Desde que eu me entendo por gente, eu tenho uma necessidade muito grande de falar, e preciso ser ouvida. De 2013 pra cá, aconteceu muita coisa. Pessoas entraram e saíram da minha vida, algumas permaneceram, algumas poucas coisas mudaram, outras foram esquecidas, outras permanecem vivas e ativas nas minhas memórias. Mais têm uma coisa que ao que tudo indica, não vai mudar nunca: a necessidade que tenho de dizer o que penso, sobretudo para as pessoas que se negam a me ouvir. Sabe, eu tenho pensado, por que temos tanta dificuldade em se relacionar? Será que é por que o mundo é cheio de regras e normas malucas e inatingíveis? É como se a vida fosse um jogo, onde temos que seguir um roteiro, e tudo precisa estar milimetricamente definido pelas normas e etiquetas desse jogo. Mulher precisa ser assim, homem precisa ser assado, gay precisa ser cozido, trans precisa cru e se a gente tenta não ser o qu

Por que somos contra a redução da maioridade penal: a situação das unidades de internação para adolescentes infratores no Estado do Ceara

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"Há um cenário de colapso, com superlotação de até 400%. Nem no sistema prisional tem esse número. Os internos não têm atividades socioeducativas, atividades de lazer e esporte. Eles passam praticamente 24 horas em celas lotadas. Isso forma o contexto das rebeliões", diz o membro da Cedeca.                                                                          Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/11/jovens-fazem-rebeliao-e-incendeiam-centro-para-menores-infratores-no-ce.html Desde as 16 horas de hoje, 06 de Novembro de 2015, a mídia local vem noticiando diversas rebeliões nos Centros para Adolescentes Infratores em Fortaleza, no Ceara. Os números são alarmantes: segundo a mídia local, desde o mês de Outubro desse ano, essa é a sétima rebelião. Uma pesquisa rápida pelos sites de busca, onde noticias são vinculadas sobre o levante dos jovens internados, fica evidente o cenário de colapso e calamidade. Superlotação e condições desumanas são as prin

Da Buceta

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O feminino (na perspectiva da grande maioria), na modernidade é essencialmente marcado pela BUCETA. Tanto, que existem feministas que localizam ai o ponto central da opressão, e levantam a bandeira que por isso as camaradas transgênero não poderiam reivindicar para si o feminismo. Eu, particularmente acho isso um erro, mais eu diria que é um erro ideológico (no sentido que Marx descreve a ideologia como a realidade invertida), por que se nossa opressão está tão somente em nosso órgão, basta negarmos sua existência e uso, que consequentemente a opressão deixará de existir. Acertei? Ou têm mais? Do meu último post pra cá, tanta coisa aconteceu. Mais o fundamental, é o meu processo de religare com meus ancestrais. É importante dizer, que assim  como os filósofos da Escola de Frankfurt entendem que a mitologia grega é uma explicação primária da realidade, é possível pensarmos que os itáns da tradição yorubà (as histórias dos Órixas, como conhecemos no Brasil), também são uma

Sobre os Orixás

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A minha família, é negra. Tem a mestiçagem, mais olhando para todas nós, vejo que somos negras. Mesmo minha irmã com a pele branca, é negra também.  Mais levei 28 anos para entender a dimensão disso: da negritude que há em nós. Quando eu era criança, não podia usar o cabelo solto, e tinha que me comportar por que apesar de sermos negros "somos limpinhos" dizia mamãe. E como ao longo da vida, todos os elementos que afirmam minha negritude foram negados ou recriminados, ora pela minha família, que reproduzia aquilo que foi dito a ela sobre o ser negro, ora pelos espaços sociais que transitei. Não avalio que as coisas mudaram hoje, há uma aceitação maior sobre o negro, mais em tese, essencialmente a coisa continua do mesmo jeito, ou até pior. Hoje os brancos, exigem que a gente que pode acessar o mundo perfeito deles, os tenha em devoção. Exigem fidelidade, aceitação e amor incondicional. Tal qual o Massa fazia com os escravos da casa grande: oh criolo, te tirei do

Amores líquidos, Tinder e a nova jontex (ultra sensível)

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Uma vez conheci um cara, que me disse que gostava de trocar fotos com pessoas do Tinder, veja bem, fotos picantes e picosas. Na época, o tal Tinder era o fervo entre a turminha das redes sociais, e eu pobrecita que sou, não tinha acesso a tal aplicativo. Pois bem, o tempo passou, mudei de aparelho e cai na burrada em instalar o aplicativo. Burrada, não por que não goste de fotos picantes e picosas, mais por que o  aplicativo é no minimo curioso, para não dizer estranho. A minha primeira impressão é que só existem homens brancos, saradíssimos e que vão pra Europa, no tal aplicativo. Segundo, é o machismo absurdo, que normatiza as relações virtuais. Por exemplo, se o cara for teu match mais você puxar papo no inbox, ele não retorna, por que até no mundo virtual a boa máxima de que os homens devem tomar a iniciativa, vigora e com status de verdade católica. Ai te perguntam: é casada? Digo sim. Silêncio. Tem filhos? Digo dois. E então, acontece a parte que mais gosto:

Um Merlot faz você feliz!

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Vivemos tempos difíceis. A felicidade anda cada vez mais estranha, ou cara! Depende do ponto de vista. Na minha infância, felicidade era ter o pai em casa, ou danone na geladeira. Hoje, ser feliz implica ter aquele peso, aquela roupa, aquele emprego, aquela viagem, tomar aquele vinho, namorar aquela pessoa, militar naquele espaço. Há um tempo atras eu pensava, que isso era coisa do mundo adulto, por que nossa noção de mundo está ligada as nossas experiências imediatas, e, já que no mundo dos adultos, tudo se resume a pagar e comprar (e portanto trabalhar), eu pensava que todas essas coisas eram dessa fase da vida.  Mais hoje vendo as crianças, assistindo os desenhos, lendo as histórias, eu começo a perceber que no mundo delas, as coisas também são assim; ser feliz é ter aquele brinquedo, estudar naquela escola, ter aquele amigo, usar aquele tênis, jogar aquele jogo. Fico pensando afinal, o que é a felicidade? Me parece que ela é um ideal inatingível, mais que fomenta a e