Isso me dá falta de ar...
Me dá falta de ar... Como fazer uma critica aos outros, sem que essa critica derrube pingos em mim? Partindo do principio, da unidimensionalidade dos sujeitos, ou seja, que não há mais diferenciação entre os indivíduos, são todos iguais e manipulados pela ideologia da sociedade industrial; tudo aquilo que critico no outro, tenho em mim. De qualquer maneira, alguma coisa está fora da ordem. Pequenas impressões do cotidiano, que vão sufocando, sufocando, sufocando... até dar falta de ar. Enquanto eu preparava o jantar, fiquei pensando sobre como a vida é tão igual e tão contraditória ao mesmo tempo. Tive a sensação de viver numa gaiola invisível. Presa nos mesmos problemas, igual a música cotidiano do Chico. Só que ao meu ver, a culpa do cotidiano enfadonho não é só dela (como nós faz crer a escrita poética machista do Buarque), que faz tudo igual, mas dele que não se esforça para construir algo novo. Ela pressiona e ele cede. É como, se o cotidiano fosse algo...