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Mostrando postagens de 2012

Eu acho que ser mulher...

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Vi essa foto no Facebook. Fico pensando quem escreve uma idiotice dessa. E o pior, em mulher que compartilha e tem mulher que curte,e ainda posta comentário escrito: somos foda!. É uma tentativa de valorizar aquilo que nossa sociedade determina como  os traços da personalidade feminina? Por que se for isso, temos sérios problemas nessas frases.  Ou será essa foto uma tentativa de nos ridicularizar, oprimir e inferiorizar mais? Será que todas as mulheres são fofas (carinhosas), complexas (complicadas), malucas (mentalmente incapaz), obsessiva ( é, tipo uma patologia psicológica), sentimos frio (isso ficou confuso,porque acho que todo ser vivo percebe as mudanças climáticas, ou não?), viramos onça (ou seja, nunca podemos ser racionais, porque quando deixamos de ser maluca, complexa, confusa, nos portamos como um animal irracional), mas na verdade somos seres movidos por hormônios e emoções ( logo, não temos nenhuma chance de sermos racionais, e se não somos racionais somos obj

Amélia que era mulher de verdade!

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Adoro o Facebook! Rola cada preciosidade por lá, uma delicia!!! Antes de ler este post, sugiro a você car@ leitor/a que veja o vídeo antes (caso você não tenha visto). Você só contextualizará nossa discussão de hoje depois de assisti-lo. Para quem já teve o enorme prazer em vê-lo no Facebook, podemos começar. A muito tempo, venho abordando em algumas postagens aqui no blog, o fato de que a mulher é ensinada o tempo todo e por tudo a ser submissa, e que no fundo da alma deles, os homens gostam mesmo é de mulher submissa. Para que fique bem clara minha argumentação, vou usar três exemplos do cotidiano, para explicar o quanto as abobrinhas que as religiosas do vídeo ai em cima dizem não é tão incomum no mundão fora da igreja e dos templos, e que inclusive, muitas de nós multiplicamos em nosso cotidiano a máxima da submissão, quer consciente ou inconsciente. Eu como feminista, marxista e revolucionária que sou, fiquei estarrecida logo de cara quando elas dizem: elas tem carre

Chorei até ficar cansada....

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Há um conceito sobre normalidade. Em estatística, esse conceito é estipulado pela média do comportamento das pessoas, que acaba virando um padrão. O problema, é que no capitalismo, os padrões são criações pautadas na necessidade do lucro: aquilo que gera lucro é tido como normal. Embora, cada vez menos, existam pessoas que estejam dentro desse "normal". Confesso que passo muito longe dele, embora, todos os dias, tome minha dose de normalidade. Mas sofro, porque volta e meia me pegando imaginando como deve ser feliz a vida de quem é normal. Você sabe, as pessoas normais ué, todas aquelas que são como a Bailarina do Chico Buarque. Todas as pessoas do mundo, ou a sua grandíssima maioria, são perfeitas como a Bailarina. No fundo tenho inveja de quem é assim Bailarina: gente que não sente ciúmes, que não tem medo, que não sente dor, que não fica doente, que não desiste, que nunca erra, que sempre tem auto estima, que tá sempre belo, que tá sempre magro, que é sempre c

Que a Tigresa possa mais que o Leão!

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Estava terminado um texto do mestrado, e ouvindo essa música do Caetano ( TIGRESA ), e fiquei pensando quando existirá um mundo, onde ser mulher não será uma maldição? Tenho trabalhado em um artigo sobre a educação sexual dos jovens, onde discuto, que essa formação é originada nos filmes pornográficos.  Há uma lacuna na sociedade sobre quem deve educar as novas gerações em relação a sua sexualidade: desde o próprio sexo em si até o uso ou valor social do sexo, e claro, sobre machismo e homofobia. Como nem a escola e nem a família assume para si essa tarefa digna, e, a religião mistifica e oprimi,quem faz as vezes de construir tais conceitos e possibilitar as experiências para os jovens acaba sendo a industria cultural (rádio, tv, filme,revistas e agora a internet como um todo). O problema, é que o conceito de sexualidade da indústria cultural é um conceito violento: o sexo como instrumento de dominação do forte (homem branco - raras vezes o não branco ) sobre o fraco (homo

Espelho, espelho meu...

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Sempre que eu ando de trem, gosto de observar as pessoas. Desde que escrevi o Post "No Brasil a pobreza tem cor, sexo e idade!"  , fiquei pensando sobre a estética.  No livro  " A situação da classe operária na Inglaterra" do Engels, ele descreve como vivem os operários nos bairros pobres da Inglaterra, em um capítulo ele descreve os operários fisicamente e dá detalhes dos malefícios do trabalho escaldante (jornadas de 16 horas diárias para os adultos e de 12 horas para as crianças) na constituição física e na aparência dos trabalhadores, sobretudo das mulheres. Hoje no trem, fiquei imaginando o que Engels escreveria sobre a aparência das mulheres trabalhadoras (pq afinal, elas trabalham em média 18 horas por dia, entre o trabalho assalariado,o trabalho domestico,a maternidade e o transporte coletivo). Veja, o ideal de beleza ensinado a muito tempo para meninos e meninas, desde os contos de fada, é ser branca, com cabelo liso, se possível de olho claro,

Filme Indicação: J. Edgar (2012)

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Não sou uma especialista de cinema (na verdade male mal sou especialista em alguma coisa, talvez em vagabundice). Mas, mesmo assim, gosto muito de cinema, e escolho filmes para assistir como quem escolhe a melhor comida pra ser devorada.  Este filme do Di Caprio é muito bom. Uma das melhores atuações dele que já assisti. A dobradinha Clint Eastwood e Di Caprio ficou muito boa. De fato,o que me chamou a atenção no filme (além das ótimas cenas, envolvente história e excelente atuação), é o conflito secundário (ou não), que envolve o J. Edgar (protagonizado pelo Di Caprio). Antes deixa eu explicar a história do filme: esse cara o J. Edgar foi o criador do FBI, isso, nos anos 10 do século passado. O filme inicia com os ataques dos anarquistas italianos a alguns políticos norte americanos (a mesma situação do filme Saco e Vanzzeti), a ameaça revolucionária era tão grande ao EUA naquele período, que eles criam uma divisão secreta para combater tais ameaças; e é ai que surge a fig

No Brasil a pobreza tem cor, sexo e idade!

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Essa foto é muito emblemática! Proponho aqui, o exercício de analisarmos esta imagem e compreender os significados implicitosna mesma. Uma mulher negra, esteticamente feia (sim, é tão engraçado porque até nós negros, a achamos feia) com elementos esterotipados sobre a mulher pobre: desdentada, que tenta manter os cabelos penteados, exageradamente enfeitada (seja na maquiagem, nos acessórios ou na roupa muito florida). Atrás dela, uma mulher feia também, mas, politicamente emancipada (afinal ela representa a mulher que é presidenta da república). E em volta das duas, mulheres brancas e esteticamentes agradáveis e muito suculentas para os machos espectadores. Podemos dizer que é uma imagem machista e racista? Machista com a mais absoluta certeza, agora racista... temos que considerar algumas questões primeiro. Nas minhas andanças academicas pesquisando sobre a juventude brasileira, pude identificar algumas coisas; a primeira delas é o que perfil da juventude pobre brasileira s

Santa Puta

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Nem santa, nem puta! É assim que a maioria das mulheres que eu conheço gosta de se auto intitular. Fico pensando qual o peso que está por trás de cada expressão dessa. A puta a gente já sabe, afinal a puta é aquela que faz o que quer com seu corpo, inclusive vender o prazer que ele pode proporcionar. Mas e a santa? O que é uma mulher santa? Existem mulheres santas? As mulheres santas, como elas são? A maioria das feministas de vanguarda dizem que não querem rótulos, que querem ser o que quiser; mas não podemos desconsiderar o valor da linguagem. O viés ideológico das palavras, e principalmente a relação de poder que marca as palavras e a forma como elas são usadas. Outro dia, estava conversando com uma jovenzinha evangélica e, que queria se relacionar com um homem casado. Ela dizia que sempre saia com homens casados por que não gostava de se envolver, e que embora fosse virgem, não se considerava nem santa e nem puta. Que sabia fazer um homem sentir prazer, mas embora fo

A Boceta de Pandora

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  Já que o projeto de pesquisa não sai, vamos falar dela: A Boceta de Pandora. Já faz alguns dias que tenho andado com isso na cabeça, só matutando e matutando. Alguns meses atrás fui assistir uma peça sobre Prometeu, e a peça era divida em quatro cenários que eram utilizados simultaneamente pelos atores e contavam a mesma historia em versões diferentes. Por obra do cosmo, fiquei do lado que mostrava que a caixa de Pandora na verdade era a Boceta dela e que dali saíram todas as coisas maravilhosas para os homens mas também a desgraça que se abateu sobre o mundo doravante. Na peça, era encenado que os prazeres e a vida que emanavam da Boceta de Pandora, também seriam motivos de guerras entre os homens. Que para ter todo o conhecimento necessário para o progresso da civilização o homem teria que beber do leite que escorria de Pandora, mas teria que negar o desejo que emanava de sua Boceta. Quando lembro dessa passagem da peça, fico pensando sobre o "mal" que se esco

Palestina Livre

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Com a retomada dos ataques a Gaza, o FaceBook tem pipocado de imagens sobre a Palestina e sobre as belíssimas mulheres palestinas. Aqui nos trópicos, hoje é dia latino americano e caribenho de combate a violência contra a mulher, e fiquei pensando, como deve ser o cotidiano das mulheres árabes em Gaza. Ninguém nos conta nada sobre isso! A única coisa que sabemos sobre isso são as fotos belas que circulam pela internet dessas mulheres. Quem são, como vivem, o que fazem: isso não se fala. Procurei na internet coisas sobre isso e não tive muito exito, mas me lembrei de um livro chamado "A história oculta do sionismo" de Ralph Schoenman. Embora, no livro o autor não fale especificamente das mulheres árabes em Gaza, ele nós dá pista da história do Sionismo e do genocídio contra o povo árabe que sempre viveu em Israel. Vejo também nas redes sociais, e ouço na rua muitas coisas absurdas; coisas de pessoas que não conhecem essa história antiga, que começou no século XI

O simulacro de Salve Jorge!

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O maior engodo da história! Hoje, na palestra da noite, o professor da UERJ começou contando o por que a pacificação das favelas cariocas é um simulacro: porque faz algo supostamente (a PM e o Exercito dizem que expulsam os traficantes e bandidos, mas na prática ele levam atrás dele o crime de volta, numa nova roupagem), mas na verdade nada do que deveria ser feito acontece de fato - é uma simulação. Disse, que no Alemão, depois da pacificação, a policia exigia que os comerciantes registrassem os traficantes, para que os mesmos voltassem pra favela como trabalhadores, e poderem traficar em paz. Que a PM e o Exercito, estão vendendo armas pros traficantes de Manguinhos na Baixada Santista, que chegam caminhões aos montes na favela, caminhões carregados de armas. Que as pessoas ficam restritas as regiões que moram, por que cada canto da cidade tem seus donos. E que a única diferença é que no Morro manda o burguês através do traficante e na zona sul o burguês com o apoio do gov

Você já amou alguém de verdade?

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Ontem eu assisti Don Juan! Fiquei encantada com a história! Nem preciso falar do Deep, como sempre magistral. Mas, a própria história já falava por si mesma. A ideia da dupla realidade: ele nasceu no México ou no Queens? As máscaras que escondem quem somos ou possibilitam sermos quem quisermos. O conceito de normal e da intervenção para a normalidade, como por exemplo, os psiquiatras e os remédios. O medo daquilo que é tido por diferente. Viajei na história, e depois do filme fiquei pensando se é possível amar de verdade. Afinal, o que é verdade na sociedade plastificada que vivemos? Acho que nem o Don Juan amou de verdade, ou será que as 1532 mulheres com quem ele transou podem ser consideradas 1532 amores verdadeiros? Outra aspecto do filme que achei muito interessante é quando ele chega no quarto da Sudana e acha que não poderá esquecer o amor do passado, mas descobre rapidamente que o amor não é indivisível, e que ele pode amar quantas mulheres quiser sem que uma

Sobre crianças e cachorros...

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Período de mudança de casa, torna difícil escrever. Mas, em meio ao caos, ontem aconteceu uma coisa magnifica. Fazia tempo que não tomava banho com os meninos. Como é divertida as curiosidades infantis! Depois de massagem, origami no cabelo e de cantar João e Maria do Chico (meu mais velho chama João, ele adora músicas que tenham o nome dele). Fiquei pensando por que escolhi ser mãe? Na verdade, acho que de uma certa forma a maternidade me foi imposta também, e eu só aceitei a imposição. Na minha família (e acho que muita mulher vai se identificar com isso) nosso passaporte para a vida adulta é se tornar mãe.  Não é sair de casa, não é perder a virgindade, não é tomar um porre, não é fazer faculdade. É ser mãe. Ser mãe te dá acesso ao mundo secreto das mulheres: suas conversas, suas receitas, seus chás, seus banhos afrodisíacos.  Então, eu penso, que ter sido mãe foi meu rito de passagem. Minha passagem para a vida adulta: seja pelo reconhecimento do meu grupo, s

Quem vai me responder?

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Pelo incrível que pareça esse post começa cheio de dúvidas. Sei o que estou pensando mais não sei por onde começar. Meu erudito preferido diria que pelo começo. Mas minha cabeça tem andando cheia de dúvidas! Não sei se consigo escrever tudo que venho pensando e realmente não sei onde está o começo. Essa semana tô Kid Abelha demais, e ao ouvir as músicas fiquei pensando que essas mesmas caraminholas que martelam na minha cabeça já passaram pela cabeça de outras pessoas. Mais uma vez, o que me move, é a "guerra" afetiva que são os relacionamentos. O eterno cobiçado jogo de sedução. Ok, pode ser que eu não saiba brincar desse jogo (na verdade acho que nunca soube  e nem sei se quero aprender). Por que as pessoas gostam tanto de brincar de gato e rato e fazem das relações um eterno jogo de conquista? Sabe, tipo blusinha tomara que caia: cai mais não cai, fica ali na metade do caminho. Por que as coisas não podem ser objetivas? Por que as coisas não podem envo

Sobre tacos e afins...

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O capitalismo tem umas coisas interessantes. Desde de pequenas, nós mulheres vamos aprendendo com as mulheres mais velhas como é uma mulher de verdade. Coisas uteis como se livrar da c ó lica menstrual ou das espinhas, até coisas ultra ideologicas como se garantir para não perder seu macho. Gosto de escrever aqui no blog sobre coisas que não saem da minha cabeça, e que ao escreve-las, vou descortinando minhas pr ó prias limitações. Esse tema sobre "confiar no seu pr ó prio taco" e " você tem que se garantir", me perseguem desde minha adolescência lá na Brasilândia, onde o machismo impera e os meninos fodões eram literalmente disputados a tapa pelas g ú rias na porta da escola. Mas, ouvir isso de um homem adulto, formado, foi muito impactante. Depois disso, fiquei pensando o que tem por trás de duas frases tão comum na boca das pessoas, principalmente mulheres. Acho que toda mulher, que já ouviu isso de um cara, ficou deveras ofendida. Porque é agress

Abaixo o enguiço dos neurônios!

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Uso pouco o Twitter. Mas essa semana rolou uma discussão bem localizada entre algumas pessoas, dentre elas uma que eu sigo na rede, em torno do tema dessa musica do Kid Abelha, e mais especificamente sobre o fato da mulher que assume sua liberdade e emancipação sexual ser tida como "vagaba" (para usar termos polidos, porque aqui na minha terra ela vai ser puta mesmo). Fiquei pensando em como o mundo anda maluco demais. Nessa semana também, conheci um jovem, que participa da Rede Relações Livre - SP (não sabe o que é clique aqui ), que assim como eu se aproximou do grupo para ter elementos para uma reflexão teórica e racional sobre os relacionamentos não monogâmicos (seja ele qual tipo for, como eu descobri lendo os textos da RLi). A questão que me deixou em alerta foi o seguinte: será que esse movimento da RLi é mais uma das manifestações da ideologia da sociedade industrial (onde tudo vira produto e portanto deve ser consumido em massa, sem reflexão, analise ou cri

Redução da Idade Penal: 7 motivos para dizer não!

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Há 22 anos, mais precisamente no dia 13 de Julho de 1990, era Promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente, como resultado direto da mobilização da sociedade civil como uma forma de garantir os direitos fundamentais a infância e juventude brasileira. A concepção de infância e juventude no Brasil estava pautada pela lógica da doutrina da irregularidade (o filme Pixote: a lei do mais fraco 1981 - clique aqui para assistir, vai explicar bem a situação irregular da maioria esmagadora das crianças e jovens do Brasil até 1990). Não é que após a promulgação do ECA a coisa modificou, mas pelo menos agora, há uma lei que determina que a infância e a juventude são objetos de atenção prioritária na formulação de politicas publicas e por isso mesmo são objeto de proteção integral (onde Estado, Sociedade, Família e a própria criança e adolescente também são responsáveis por si mesmos - conceito de protagonismo juveni l). E, justamente, após 22 anos da promulgação de uma lei de vang