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O simulacro de Salve Jorge!

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O maior engodo da história! Hoje, na palestra da noite, o professor da UERJ começou contando o por que a pacificação das favelas cariocas é um simulacro: porque faz algo supostamente (a PM e o Exercito dizem que expulsam os traficantes e bandidos, mas na prática ele levam atrás dele o crime de volta, numa nova roupagem), mas na verdade nada do que deveria ser feito acontece de fato - é uma simulação. Disse, que no Alemão, depois da pacificação, a policia exigia que os comerciantes registrassem os traficantes, para que os mesmos voltassem pra favela como trabalhadores, e poderem traficar em paz. Que a PM e o Exercito, estão vendendo armas pros traficantes de Manguinhos na Baixada Santista, que chegam caminhões aos montes na favela, caminhões carregados de armas. Que as pessoas ficam restritas as regiões que moram, por que cada canto da cidade tem seus donos. E que a única diferença é que no Morro manda o burguês através do traficante e na zona sul o burguês com o apoio do gov

Você já amou alguém de verdade?

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Ontem eu assisti Don Juan! Fiquei encantada com a história! Nem preciso falar do Deep, como sempre magistral. Mas, a própria história já falava por si mesma. A ideia da dupla realidade: ele nasceu no México ou no Queens? As máscaras que escondem quem somos ou possibilitam sermos quem quisermos. O conceito de normal e da intervenção para a normalidade, como por exemplo, os psiquiatras e os remédios. O medo daquilo que é tido por diferente. Viajei na história, e depois do filme fiquei pensando se é possível amar de verdade. Afinal, o que é verdade na sociedade plastificada que vivemos? Acho que nem o Don Juan amou de verdade, ou será que as 1532 mulheres com quem ele transou podem ser consideradas 1532 amores verdadeiros? Outra aspecto do filme que achei muito interessante é quando ele chega no quarto da Sudana e acha que não poderá esquecer o amor do passado, mas descobre rapidamente que o amor não é indivisível, e que ele pode amar quantas mulheres quiser sem que uma

Sobre crianças e cachorros...

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Período de mudança de casa, torna difícil escrever. Mas, em meio ao caos, ontem aconteceu uma coisa magnifica. Fazia tempo que não tomava banho com os meninos. Como é divertida as curiosidades infantis! Depois de massagem, origami no cabelo e de cantar João e Maria do Chico (meu mais velho chama João, ele adora músicas que tenham o nome dele). Fiquei pensando por que escolhi ser mãe? Na verdade, acho que de uma certa forma a maternidade me foi imposta também, e eu só aceitei a imposição. Na minha família (e acho que muita mulher vai se identificar com isso) nosso passaporte para a vida adulta é se tornar mãe.  Não é sair de casa, não é perder a virgindade, não é tomar um porre, não é fazer faculdade. É ser mãe. Ser mãe te dá acesso ao mundo secreto das mulheres: suas conversas, suas receitas, seus chás, seus banhos afrodisíacos.  Então, eu penso, que ter sido mãe foi meu rito de passagem. Minha passagem para a vida adulta: seja pelo reconhecimento do meu grupo, s

Quem vai me responder?

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Pelo incrível que pareça esse post começa cheio de dúvidas. Sei o que estou pensando mais não sei por onde começar. Meu erudito preferido diria que pelo começo. Mas minha cabeça tem andando cheia de dúvidas! Não sei se consigo escrever tudo que venho pensando e realmente não sei onde está o começo. Essa semana tô Kid Abelha demais, e ao ouvir as músicas fiquei pensando que essas mesmas caraminholas que martelam na minha cabeça já passaram pela cabeça de outras pessoas. Mais uma vez, o que me move, é a "guerra" afetiva que são os relacionamentos. O eterno cobiçado jogo de sedução. Ok, pode ser que eu não saiba brincar desse jogo (na verdade acho que nunca soube  e nem sei se quero aprender). Por que as pessoas gostam tanto de brincar de gato e rato e fazem das relações um eterno jogo de conquista? Sabe, tipo blusinha tomara que caia: cai mais não cai, fica ali na metade do caminho. Por que as coisas não podem ser objetivas? Por que as coisas não podem envo

Sobre tacos e afins...

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O capitalismo tem umas coisas interessantes. Desde de pequenas, nós mulheres vamos aprendendo com as mulheres mais velhas como é uma mulher de verdade. Coisas uteis como se livrar da c ó lica menstrual ou das espinhas, até coisas ultra ideologicas como se garantir para não perder seu macho. Gosto de escrever aqui no blog sobre coisas que não saem da minha cabeça, e que ao escreve-las, vou descortinando minhas pr ó prias limitações. Esse tema sobre "confiar no seu pr ó prio taco" e " você tem que se garantir", me perseguem desde minha adolescência lá na Brasilândia, onde o machismo impera e os meninos fodões eram literalmente disputados a tapa pelas g ú rias na porta da escola. Mas, ouvir isso de um homem adulto, formado, foi muito impactante. Depois disso, fiquei pensando o que tem por trás de duas frases tão comum na boca das pessoas, principalmente mulheres. Acho que toda mulher, que já ouviu isso de um cara, ficou deveras ofendida. Porque é agress

Abaixo o enguiço dos neurônios!

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Uso pouco o Twitter. Mas essa semana rolou uma discussão bem localizada entre algumas pessoas, dentre elas uma que eu sigo na rede, em torno do tema dessa musica do Kid Abelha, e mais especificamente sobre o fato da mulher que assume sua liberdade e emancipação sexual ser tida como "vagaba" (para usar termos polidos, porque aqui na minha terra ela vai ser puta mesmo). Fiquei pensando em como o mundo anda maluco demais. Nessa semana também, conheci um jovem, que participa da Rede Relações Livre - SP (não sabe o que é clique aqui ), que assim como eu se aproximou do grupo para ter elementos para uma reflexão teórica e racional sobre os relacionamentos não monogâmicos (seja ele qual tipo for, como eu descobri lendo os textos da RLi). A questão que me deixou em alerta foi o seguinte: será que esse movimento da RLi é mais uma das manifestações da ideologia da sociedade industrial (onde tudo vira produto e portanto deve ser consumido em massa, sem reflexão, analise ou cri

Redução da Idade Penal: 7 motivos para dizer não!

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Há 22 anos, mais precisamente no dia 13 de Julho de 1990, era Promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente, como resultado direto da mobilização da sociedade civil como uma forma de garantir os direitos fundamentais a infância e juventude brasileira. A concepção de infância e juventude no Brasil estava pautada pela lógica da doutrina da irregularidade (o filme Pixote: a lei do mais fraco 1981 - clique aqui para assistir, vai explicar bem a situação irregular da maioria esmagadora das crianças e jovens do Brasil até 1990). Não é que após a promulgação do ECA a coisa modificou, mas pelo menos agora, há uma lei que determina que a infância e a juventude são objetos de atenção prioritária na formulação de politicas publicas e por isso mesmo são objeto de proteção integral (onde Estado, Sociedade, Família e a própria criança e adolescente também são responsáveis por si mesmos - conceito de protagonismo juveni l). E, justamente, após 22 anos da promulgação de uma lei de vang