Eu também faria cirurgia bariátrica se fosse minha melhor opção!


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Emagrecer é uma das coisas mais difíceis da vida. Como eu sofri nos últimos 13 anos. Desde a vergonha por estar gorda (numa sociedade que valoriza a magreza como sinônimo de sucesso) chegando nos problemas de saúde que acumulei nos últimos 13 anos. 
Emagrecimento (que não é a mesma coisa que perder peso) é um processo longo, que implica várias coisas: saúde emocional, saúde física, alimentação, apoio médico, mudança de hábitos físicos e mentais.
É algo que é uma tarefa, como fazer um doutorado ou aprender a dirigir, ou aprender um idioma novo.
Não é uma coisa simples, que se faz em seis meses. O processo de emagrecimento leva de 5 a 10 anos.
Perder peso podemos perder em uma semana, mas emagracer leva tempo e exige dedicação e muito cuidado.
Quantas vezes, depois de um dia longo e exaustivo de trabalho, com duas crianças pequenas, eu apenas fazia um pão com frios e um copo de refrigerante?
Eu nem sei. Houveram épocas da minha vida que eu trabalhei 12, 14, 16 horas por dia. Qual a pessoa que depois de 16 horas de trabalho tem condições de ir para o fogão e preparar uma refeição completa e saudável? Bom, eu não tinha.
Em 2020 eu cheguei aos 120 quilos e junto com isso, um diagnóstico de hipertensão, insônia, síndrome de ovário policístico, apneia, colesterol alto, enxaqueca, retenção de líquido e muitas dores na lombar e no joelho.
Levei um susto enorme, naquele mesmo ano, uma amiga do meu tempo de militante no PSTU, morreu aos 41 anos de AVC por causa da hipertensão. Ela era uma mulher magra. A semelhança entre nós duas? Ambas mulheres negras com jornadas estafantes de trabalho e cuidado materno.
Foi ai que eu entendi que só eu poderia cuidar de mim e garantir que eu ficaria bem, não existiria ninguém mais no mundo capaz de fazer isso.
Sabe qual foi a parte mais dificil? Reconhecer que eu havia abandonado meu corpo a vida toda. Eu conto essa história no vídeo que postei lá no meu canal do YouTube, o Politicamente Materna. Espero que minha história sirva para acender uma luz na sua Ori e te ajudar a entender que auto cuidado não é comprar cremes caros ou viagesn chiques, auto cuidado é você ser capaz de ouvir seu corpo.





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