Vamos pressionar até que tirem a propaganda do ar e se desculpem com a sociedade de conjunto!


Pessoas, escrevi um e-mail pra agencia que criou o comercial da Marisa, compartilho com vcs o texto.
Quem não sabe o que ta rolando pode clicar aqui para ler o texto de um blog parceiro muito bom.
Quem quiser mandar um e-mail também ( eu acho que todo mundo deveria fazer isso) é este o endereço: almap@almapbbdo.com.br



E-MAIL: 
Bom dia. Me chamo Jaqueline, sou consumidora das Lojas Marisa e usuária da internet. Não assito a tv aberta, e foi pela internet (facebook) que soube da propaganda e de sua repercussão negativa. Então fui até o youtube, no canal de vocês e vi o vídeo. Li os comentários postados lá no youtube de outros internautas.
Continuando com a pesquisa a fim de compreenedr o que estava acontecendo, cheguei ate a postagem da funcionária de vocês Sophie Schoenburg, e como se a propaganda não fosse idota o suficiente, ainda fomos obrigadas a mais uma dose de preconceito e idiotisse.
Veja, sou uma mulher casada, mãe de dois filhos, mas não sou uma bossal como a vossa funcionária supõe, faço a critica ao comercial porque queremos um mundo livre de de toda a opressão e preconceito como o propagado pela  vossa funcionária e esta empresa.
Vamos aos fatos. Ao ler o texto abaixo vomitado em 10 minutos por sua funcionária (termo que a mesma usou, e que já demonstra o respeito que ela tem pelas pessoas) é como se ela dissesse: seus pobres de classe média idiota, seus porcos imundos, leiam esse vomito que é o máximo que você merecem (sim vocês sabem que os consumidores da Marisa é a nova classe média ex-pobres do Brasil).




Ponto 1: Segundo Pierre Bourdieu, sociologo francês, que cunhou o conceito de Violência Simbólica. O machismo é uma prática social, que ao ser inculcada nos individuos se legitima. E, portanto, é possível que as mulheres não só reproduzam o machismo como o defenda, uma vez que foram culturalmente educadas dentro de uma cultura machista e opressora. Logo o fato de ter sido uma mulher, a responsável pela criação de um comercial altamente ultrajanta, não quer dizer nada.

Ponto 2: Pois é, cara empresa e detestável redatora: existem brasileiros que pensam. Vocês não são os únicos e pensar não é privilégio de gente rica e branca.

Ponto 3: Mais uma demonstração de desrespeito com as mulheres: porque temos que ser magras como aos 20 anos? Afinal, as mudanças do corpo não são normais? E se não formos magras como aos 20 anos? É mais um sinal que as mulheres que não são brancas e  publicitárias são recalacadas e mal amadas? Nem preciso sinalizar aqui, mais um péssimo sinal de desrespeito e preconceito estético.

Ponto 4: Creio que por saber o conteúdo de tais revistas, a preconceituosa e reacionária redatora conhece seu conteúdo. E insisto em diver: essas futilidades tipo pompoarismo, é escrita por  machistas e preconceituosas como a sua funcionária Sophie Schoenburg.

Ponto 5: O meu preferido: então a culpa de ser vitima do racismo é da vitima? E a culpa de ser vitima do machismo é da vitima? Logo, racismo no Brasil não existe? É uma criação fabulosa de sociologos e estudiosos? E uma falsificação de dados por parte do IBGE?

Ponto 6: Aprenda cara mulher branca evoluída e culturalmente superior responsável pela matéria: a denominação correta é Afro-brasileiro. E sim, graças aos brancos como você, as pessaos negras tem dificuldade em lidar com sua auto estima. Mas o termo correto é esse, por valorizar e respeitar nossa ancestralidade africana. E não negro, que é um termo negativo e opressor, criado e cunhado pelos brancos racistas como você.

Ponto 7:Essa parte eu não entendi, acredito que seja um desabafo da responsavel pelo texto, como uma forma de lamentar sua baixo auto estima e sua dificuldade emocional em se relacionar com os homens.

Ponto 8: A sim, de qual fonte oficial ou de que pesquisa você tirou a informação que as mulheres heterosexuais são a maioria? Da sua cabeça? Ah claro, você deve se sentir tão superior (apesar de sua inferioridade emocional manifestada no ponto 7) que deve deduzir que o mundo é pequeno burguês, branco e hetero como você.

Ponto 9: Mais uma vez, a autora do texto demonstra sua formação machista: Alexandra Kolontai, pensadora russa do século passado, discuti o conceito de principe encantado, e ela o define da seguinte maneira: a mulher, por se acreditar fragil e inferior, acredita e espera o principe encantado, como forma de salvar a si mesma de sua ignorância e inferioridade social, uma vez que ser princesa na cultura européia é a maior ascenção social de qualquer mulher. Mais uma vez, somos brindados e brindadas pelo problema de baixa auto estima, e por ser tão egocentrica, acredita que todas as mulheres do mundo procuram um principe encantado ou são tão infantis que ainda crem nisso.

Ponto 10: Mais uma vez, a demosntração do machismo reinante dentro da responsavel pelo texto: assim como os homens são educados para acreditarem que tudo deve ser sexo, a autora propõem a mesma questão ao afirmar que rir é um afrosisíaco. Pode até ser que seja, mas rir as custas da depreciação do outro? Mas na minha lógica o nome disso é preconceito.

Ponto 11: Ao final, após tantas ofensas, desrespeito a escritora nos pedem que não levemos a sério?

Então, é  esse o perfil de profissionais  que compõem o portifólio de vocês? É dessa forma, que uma empresa tão conceituada pretende relaborar seu erro? Acreditando que as pessoas que consomem produtos da Marisa são umas frustadas, estúpidas, incapazes de um racíocinio critico?

Manifesto aqui minha indignação com tamanha afronta e desrespeito, sobretudo em relação ao texto publicado por vocês e assinado pela sua funcionária. Estamos verificando a possibilidade de uma ação judicial em relação ao afro-sei-lá-o-que, por que nós cidadãos afro-brasilerios queremos respeito de toda a sociedade.

Sem mais.


Jaqueline Conceição

Comentários

  1. Uhuuuu!!!!!! Me sinto representadíssima!! ai que orgulho das nossas mulheres pensantes!

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