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Que a Tigresa possa mais que o Leão!

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Estava terminado um texto do mestrado, e ouvindo essa música do Caetano ( TIGRESA ), e fiquei pensando quando existirá um mundo, onde ser mulher não será uma maldição? Tenho trabalhado em um artigo sobre a educação sexual dos jovens, onde discuto, que essa formação é originada nos filmes pornográficos.  Há uma lacuna na sociedade sobre quem deve educar as novas gerações em relação a sua sexualidade: desde o próprio sexo em si até o uso ou valor social do sexo, e claro, sobre machismo e homofobia. Como nem a escola e nem a família assume para si essa tarefa digna, e, a religião mistifica e oprimi,quem faz as vezes de construir tais conceitos e possibilitar as experiências para os jovens acaba sendo a industria cultural (rádio, tv, filme,revistas e agora a internet como um todo). O problema, é que o conceito de sexualidade da indústria cultural é um conceito violento: o sexo como instrumento de dominação do forte (homem branco - raras vezes o não branco ) sobre o fraco (homo

Espelho, espelho meu...

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Sempre que eu ando de trem, gosto de observar as pessoas. Desde que escrevi o Post "No Brasil a pobreza tem cor, sexo e idade!"  , fiquei pensando sobre a estética.  No livro  " A situação da classe operária na Inglaterra" do Engels, ele descreve como vivem os operários nos bairros pobres da Inglaterra, em um capítulo ele descreve os operários fisicamente e dá detalhes dos malefícios do trabalho escaldante (jornadas de 16 horas diárias para os adultos e de 12 horas para as crianças) na constituição física e na aparência dos trabalhadores, sobretudo das mulheres. Hoje no trem, fiquei imaginando o que Engels escreveria sobre a aparência das mulheres trabalhadoras (pq afinal, elas trabalham em média 18 horas por dia, entre o trabalho assalariado,o trabalho domestico,a maternidade e o transporte coletivo). Veja, o ideal de beleza ensinado a muito tempo para meninos e meninas, desde os contos de fada, é ser branca, com cabelo liso, se possível de olho claro,

Filme Indicação: J. Edgar (2012)

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Não sou uma especialista de cinema (na verdade male mal sou especialista em alguma coisa, talvez em vagabundice). Mas, mesmo assim, gosto muito de cinema, e escolho filmes para assistir como quem escolhe a melhor comida pra ser devorada.  Este filme do Di Caprio é muito bom. Uma das melhores atuações dele que já assisti. A dobradinha Clint Eastwood e Di Caprio ficou muito boa. De fato,o que me chamou a atenção no filme (além das ótimas cenas, envolvente história e excelente atuação), é o conflito secundário (ou não), que envolve o J. Edgar (protagonizado pelo Di Caprio). Antes deixa eu explicar a história do filme: esse cara o J. Edgar foi o criador do FBI, isso, nos anos 10 do século passado. O filme inicia com os ataques dos anarquistas italianos a alguns políticos norte americanos (a mesma situação do filme Saco e Vanzzeti), a ameaça revolucionária era tão grande ao EUA naquele período, que eles criam uma divisão secreta para combater tais ameaças; e é ai que surge a fig

No Brasil a pobreza tem cor, sexo e idade!

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Essa foto é muito emblemática! Proponho aqui, o exercício de analisarmos esta imagem e compreender os significados implicitosna mesma. Uma mulher negra, esteticamente feia (sim, é tão engraçado porque até nós negros, a achamos feia) com elementos esterotipados sobre a mulher pobre: desdentada, que tenta manter os cabelos penteados, exageradamente enfeitada (seja na maquiagem, nos acessórios ou na roupa muito florida). Atrás dela, uma mulher feia também, mas, politicamente emancipada (afinal ela representa a mulher que é presidenta da república). E em volta das duas, mulheres brancas e esteticamentes agradáveis e muito suculentas para os machos espectadores. Podemos dizer que é uma imagem machista e racista? Machista com a mais absoluta certeza, agora racista... temos que considerar algumas questões primeiro. Nas minhas andanças academicas pesquisando sobre a juventude brasileira, pude identificar algumas coisas; a primeira delas é o que perfil da juventude pobre brasileira s

Santa Puta

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Nem santa, nem puta! É assim que a maioria das mulheres que eu conheço gosta de se auto intitular. Fico pensando qual o peso que está por trás de cada expressão dessa. A puta a gente já sabe, afinal a puta é aquela que faz o que quer com seu corpo, inclusive vender o prazer que ele pode proporcionar. Mas e a santa? O que é uma mulher santa? Existem mulheres santas? As mulheres santas, como elas são? A maioria das feministas de vanguarda dizem que não querem rótulos, que querem ser o que quiser; mas não podemos desconsiderar o valor da linguagem. O viés ideológico das palavras, e principalmente a relação de poder que marca as palavras e a forma como elas são usadas. Outro dia, estava conversando com uma jovenzinha evangélica e, que queria se relacionar com um homem casado. Ela dizia que sempre saia com homens casados por que não gostava de se envolver, e que embora fosse virgem, não se considerava nem santa e nem puta. Que sabia fazer um homem sentir prazer, mas embora fo

A Boceta de Pandora

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  Já que o projeto de pesquisa não sai, vamos falar dela: A Boceta de Pandora. Já faz alguns dias que tenho andado com isso na cabeça, só matutando e matutando. Alguns meses atrás fui assistir uma peça sobre Prometeu, e a peça era divida em quatro cenários que eram utilizados simultaneamente pelos atores e contavam a mesma historia em versões diferentes. Por obra do cosmo, fiquei do lado que mostrava que a caixa de Pandora na verdade era a Boceta dela e que dali saíram todas as coisas maravilhosas para os homens mas também a desgraça que se abateu sobre o mundo doravante. Na peça, era encenado que os prazeres e a vida que emanavam da Boceta de Pandora, também seriam motivos de guerras entre os homens. Que para ter todo o conhecimento necessário para o progresso da civilização o homem teria que beber do leite que escorria de Pandora, mas teria que negar o desejo que emanava de sua Boceta. Quando lembro dessa passagem da peça, fico pensando sobre o "mal" que se esco

Palestina Livre

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Com a retomada dos ataques a Gaza, o FaceBook tem pipocado de imagens sobre a Palestina e sobre as belíssimas mulheres palestinas. Aqui nos trópicos, hoje é dia latino americano e caribenho de combate a violência contra a mulher, e fiquei pensando, como deve ser o cotidiano das mulheres árabes em Gaza. Ninguém nos conta nada sobre isso! A única coisa que sabemos sobre isso são as fotos belas que circulam pela internet dessas mulheres. Quem são, como vivem, o que fazem: isso não se fala. Procurei na internet coisas sobre isso e não tive muito exito, mas me lembrei de um livro chamado "A história oculta do sionismo" de Ralph Schoenman. Embora, no livro o autor não fale especificamente das mulheres árabes em Gaza, ele nós dá pista da história do Sionismo e do genocídio contra o povo árabe que sempre viveu em Israel. Vejo também nas redes sociais, e ouço na rua muitas coisas absurdas; coisas de pessoas que não conhecem essa história antiga, que começou no século XI