Assim caminha a humanidade
Retirei este post do blog da Lola - http://escrevalolaescreva.blogspot.com/. Tomei a liberdade de reproduzi-lo, de fato extremamente interessante e necessário.
Robson Fernando de Souza é autor do blog Consciência e é apaixonado por sociologia e meio ambiente. Ele me enviou um guest post interessantíssimo, mas longo, que tomei a liberdade de dividir em três. Esta é a primeira parte.

Nos livros e discursos engajados no combate à opressão contra parcelas minoritárias ou majoritárias da humanidade (e contra os animais não-humanos também), vemos uma outra opressão triunfando despercebida e impune. Algo hoje em dia mais simbólico do que prático, é verdade, mas emblemático a ponto de não poder ter sua relevância reduzida a zero. Esse símbolo de dominação e exclusão tem cinco letras e as feições masculinas de um homem.
Mesmo sem perceber, até aquelas personalidades –- muitíssimas delas mulheres –- muito engajadas em buscar a igualdade entre todos os sujeitos morais acabam consentindo e aceitando tacitamente (e inconscientem

História da palavra “homem”
Até a origem desse costume, o macho não necessariamente nomeava a humanidade na sociedade ocidental, embora já arrogasse superioridade social sobre as mulheres. A palavra homem de fato tem raízes em cognatos antigos que significavam não especificamente o masculino, mas o todo humano -– homo e mann, e

O cristianismo e o pensamento grego, deduz-se, foram críticos em influenciar a masculinização dessa representação social da espécie humana, já que a Bíblia (especialmente em Gênesis) e filósofos como Platão e Aristóteles consideravam a mulher, respectivamente, apêndice e versão degenerada do macho.
Na Bíblia, Adão, o Homem (adm = homem em hebraico), o masculino, imagem e

Na sociedade gre

Juntaram-se a misoginia grega e o patriarcalismo judaico-cristão –- a saber, tendo a mentalidade grega influenciado importantemente o pensamento dos primeiros filósofos cristãos -– e varreram culturalmente cada reino europeu, ao longo da Idade Média

Nessa varredura, os verbetes que representavam os machos –- vir no latim, were no inglês, wer no alto-alemão arcaico -– se tornavam desnecessários, já que, como as mulheres estavam reduzidas a seres marginais reclusos no doméstico e os homens eram praticamente toda a parcela publicamente ativa da humanidade, os únicos seres humanos com full power, dizer “os homens” podia ser perfeitamente confundido com dizer “os seres humanos”, já que praticamente só havia eles como agentes sociais. Naquela supremacia androcrática, não parecia fazer mais sentido usar termos diferentes para os homens e a humanidade.
Então as palavr

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