Indicação: Filme - Minhas tardes com Margueritte
Imagine o inusitado encontro de duas forças. Um coração  bruto, angustiado, a espera de lapidação, e uma invejável sabedoria escondida  num corpo franzido. Germain (Depardieu) é um homem simplório, gentil, de poucos  recursos intelectuais. "Ler? Tentei uma vez e não deu muito certo", afirma.  Margueritte (Gisèle Casadesus) é uma simpática nonagenária, viúva e sem filhos,  apaixonada por livros. Quarenta anos e muitos quilos os separam. 
O filme fala das diferenças que, mais que atrair,  complementam as pessoas. A amizade inicia ao acaso, quando ambos dividem o mesmo  banco no parque. Ela recitava versos enquanto o amargurado homem alimentava os  pombos. Gerárd Depardieu esbanja talento em uma composição sensível e  inteligente e Gisele Casadesus – com incríveis 96 anos – mantém o nível do  parceiro. 
A direção extrai o sentimentalismo necessário com a  fruição de habilidosos diálogos e sem o uso abusivo de recursos técnicos para a  composição da mise-en-scène. O resultado envolve o espectador do começo  ao fim, que se emocionará com a troca afetiva dos personagens. O prazer de viver  e aprender é inesquecível.
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